INÁCIO DE LOIOLA E A(S) SUA(S) CONVERSÃO(ÕES): 500 anos depois – Jornada de estudos Inacianos – 16 de Dezembro de 2022

Universidade Aberta / Universidade Católica Portuguesa – Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais

INÁCIO DE LOIOLA E A(S) SUA(S) CONVERSÃO(ÕES)

500 anos depois

Jornada de Estudos Inacianos

Org. Gianfranco Ferraro e Andreas Lind

Lisboa, 16 de dezembro de 2022 (das 10h00 às 19h00)

Evento presencial (transmitido online ao seguinte link zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/92681533496)

Centro de Estudos Globais, Universidade Aberta, Salão Nobre, Palácio Ceia

Rua da Escola Politécnica, 147, 1669-001 Lisboa – Portugal

CARTAZ

Iniciador da prática moderna dos Exercícios Espirituais, Inácio de Loiola começou o seu caminho a partir de um fracasso: enquanto soldado na batalha de Pamplona, ficou gravemente ferido numa perna, em 1521. Desse modo, viu-se incapacitado para realizar os sonhos que habitavam a sua imaginação. Mas foi a partir dessa ferida que se abriu o caminho para a sua conversão religiosa e para uma imaginação mais larga e diferente. Inácio começou assim uma longa peregrinação, na verdade um longo itinerário de conversão, desde a sua convalescença em Loiola até chegar a Roma, de onde governou a Companhia de Jesus enquanto seu Superior Geral. Isto, depois de ter passado por inúmeros lugares, tais como o convento beneditino de Montserrat, onde esteve em 1522 e onde, simbolicamente, deixou a sua antiga vida para abraçar uma existência inteiramente nova. Foi, portanto, progressiva a transformação do soldado Iñigo López em Fundador da Companhia de Jesus, qual Inácio de Loiola, cuja herança ainda hoje perdura.
Quinhentos anos após a ferida que o abriu a uma nova vida, esta Jornada de Estudos Inacianos visa abordar o significado da conversão de Inácio de Loiola não simplesmente pelas suas consequências históricas, mas sobretudo a partir de uma compreensão mais abrangente e complexificada da espiritualidade humana.
O que implicava, em 1522, converter-se a uma outra forma de vida? Embora isolado, os gestos de conversão são precedidos e seguidos por muitas outras transformações. É isso que o exemplo de Inácio nos mostra. Quais e quantas são, portanto, as suas conversões? Sabemos, pela própria Autobiografia inaciana (II, 18), como o evento da conversão atravessou uma prática de penitência ascética que, só depois de muita maturação, se concretizará na Contemplação para alcançar amor dos Exercícios Espirituais (EE 231-237). A mudança de nome, o despojamento dos bens, as práticas ascéticas, a experiência de se sentir acompanhado, amado e acolhido por um Deus que trabalha na fragilidade humana são tópoi da conversão que recorrem frequentemente nas diversas histórias de vida religiosa. Com efeito, podemos encontrar esses tópoi noutros tipos de conversão, que reenviam aos grandes arquétipos gregos da epistrophē, da metanoia, da metastrophē, da periagogē, da epiphania, e do shûb hebraico, que, de forma diferente, influenciaram a noção latina de conversio.
Para compreender os múltiplos aspetos da conversão inaciana, exploraremos a conversão de Inácio, a partir de uma abordagem multidisciplinar da espiritualidade, investigando os exemplos e os arquétipos que a influenciaram. É neste contexto que procuraremos investigar o seu significado, no seu prisma antropológico, psicológico e teológico, questionando a atualidade de uma transformação da existência que, talvez, ainda diga hoje respeito a todas as pessoas humanas.

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PROGRAMA ACTUALIZADO (hora de Lisboa)

10h00 – Acolhimento: Gianfranco Ferraro e Andreas Lind

10h30 – La grâce de l’horreur – Patrick Goujon (Centre Sèvres, Faculté jésuite de Paris)

11h00 – Conversão e espiritualidade da ação global: O ideal inaciano de conversão do homem todo e de todo o mundo – José Eduardo Franco (CEG, Universidade Aberta, Lisboa) e Paula Carreira (CEG, Universidade Aberta, Lisboa)

11h30: Debate

12h00 – Coffee break

12h10 – A Conversão de Inácio numa Perspetiva Psicológica – Ângela Azevedo (UCP, Braga)

12h40 – Conversão: impacto afectivo, exame crítico, disposição livre – José Frazão (Revista Brotéria)

13h30 : Pausa

15h30 – A conversão em tempos de tensões identitárias – Andreas Lind (UCP, Braga)

16h00 – Debate

16h30: Coffee break

17h00 – Despir-se de si próprio: a recriação inaciana de um modelo antigo – Gianfranco Ferraro (CEG, Universidade Aberta, Lisboa)

17h30 – Autobiografia e identità: un esempio di costruzione del sé mediante la narrazione – Gaetano Piccolo (Pontificia Universidade Gregoriana, Roma)

18h00: Debate

18h30: Conclusão: Gianfranco Ferraro e Andreas Lind

 

Taxa de inscrição: 10 euros. Acreditada como Formação de Curta Duração para professores de Ensino Básico e de Ensino Secundário | Para a acreditação é pedida a participação presencial | ENTRADA LIVRE S/CERTIFICADO

Inscrição através do seguinte link