Encontros Cantanhede, História, Arte e Património
A história, a arte e o património são manifestações maiores da memória de uma comunidade. Memória, que em sentido pleno, é a relação entre o tempo, a vivência e o devir. Soma de experiências e registo de realidades plurais e de afetividades.
Foi sob este espírito que se realizou, em 8 e 9 de Abril de 2022, o I Encontro Cantanhede – História, Arte e Património, logo designado I porque nascido com a intenção da continuidade. Assim se cumpre o fado em 2023 que traz a Cantanhede, no dia 31 de março, e a Ançã, no dia 1 de abril, o II Encontro.
Rememorar Cantanhede na realidade do seu património, seja o construído pelo homem, quer pelas suas mãos quer pelas manifestações do espírito, seja o natural que a natureza lhe deu para lar, é a finalidade destes Encontros, que procuram numa reunião anual ser rumo de uma convergência de estudos e investigações – institucionais, económicos e culturais -, e esteio para a sua publicação e divulgação científica.
É o encontro com a miscelânea de uma longa jornada. Dos vestígios arqueológicos, da malha urbana onde se irmanam os edifícios religiosos e laicos, das edificações vetustas e simbólicas às construções mais comuns, do património que o espírito teceu da escrita à música erudita e popular. Das gentes comuns e das figuras ilustres. Das marcas etnológicas. E seguramente, também, do património natural, dessa terra que Deus deu e o que o homem também trabalhou e modelou.
Resguardada das rotas mais movimentadas, Cantanhede constituiu, não longe destas, uma identidade singular, no encontro da arenosa Gândara com a argilosa Bairrada, marcada institucional e socialmente pela secular permanência do Senhorio da Casa de Cantanhede-Marialva, até que o liberalismo tenha decisivamente uniformizado a administração nacional.
Mas não se restringe à singularidade o domínio dos Encontros. Propõem-se ser tão vastos como as pluralidades que a história traçou a Cantanhede:
- o da sua integração externa, num mundo mais vasto, olhando extramuros a projeção que esta terra e gentes tiveram mais além, através dos seus naturais, que traçaram rotas quer no Portugal de antanho e nos seus domínios além-mar, quer nos tempos recentes, e dos seus produtos, da pedra mole de Ançã, com que se erigiram alguns dos simbólicos padrões da nacionalidade, à afamada produção vinícola, que já há quase um século volvido levou a que as armas de Cantanhede incluíssem nas suas peças heráldicas dois cachos de uvas.
- o da pluralidade interna do seu concelho, nomeadamente a que o liberalismo trouxe, com as reformas administrativas que legislou e que os novos tempos impuseram. Reformou-se o poder e a configuração do concelho, que hoje alberga no seu seio vários antigos municípios, alguns com a memória reduzida a reminiscências que aguardam ressuscitar da pesada sonolência. Trabalhos recentemente surgidos auguram o despontar de uma vitalidade da historiografia das freguesias.
Em virtude da pertinência dos temas abordados para os Professores dos vários níveis de Ensino este II Encontro terá três atividades de formação de curta duração (3h/cada – Despacho n.º 5741/2015) acreditadas pelo Centro de Formação da Associação de Escolas Beira Mar.
Comissão Organizadora
- Fernando Oudinot Larcher
- Afiliação:
- Círculo Português de Estudos Humanísticos
- José das Candeias Sales
- Afiliação:
- Universidade Aberta
- Maria Madalena G.B. Pessoa Jorge Oudinot Larcher
- Afiliação:
- Círculo Português de Estudos Humanísticos
- Pedro António Vaz Cardoso
- Afiliação:
- Câmara Municipal de Cantanhede
- Pedro de Sá Nogueira Saraiva
- Afiliação:
- Círculo Português de Estudos Humanísticos – Humana.Idade XXI