Linha F | Direitos humanos, Cidadania e Globalização

Coordenação: Susana Alves-Jesus

Apresentação

O longo percurso de combates pela conquista global dos direitos humanos, evidenciado em particular desde as últimas décadas do século XX, com o surgimento e entrada em vigor de diversos instrumentos jurídicos e a implementação de instituiçõesgarantes da sua defesa, encontra-se ainda longe do fim, renovando-se todos os dias, pelos constantes atropelos a estes mesmos direitos, verificados, com diferentes cambiantes, um pouco por todo o globo.
Se, por um lado, o atual contexto de globalização tem permitido a difusão dos direitos humanos e dos valores que lhes estão na base, por outro, tem-se assistido também a um recrudescimento de discursos e movimentos discriminatórios diversos, testemunhados pelos media e repercutidos em larga escala via novas tecnologias (por exemplo, redes sociais).
Neste contexto, importa cada vez mais analisar, sistematizar, compreender e refletir sobre o papel desta central figura dos direitos humanos no mundo contemporâneo, suas linhas de força, mas também fragilidades e dificuldades de implementação numa sociedade globalizada, fortemente marcada pela tecnicização e pela permanência de fatores políticos, sociais, educativos, religiosos, culturais que promovem desigualdades e contextos de injustiça e de segregação vários.
Remontando aos seus fundamentos histórico-filosóficos e culturais, que ajudam a uma compreensão mais alargada da temática dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana hoje, em complemento com uma interpretação crítica dos seus contornos teóricos atuais e implementação prática, a presente linha visa problematizar o discurso dos direitos em contexto de globalização: por um lado, ter-se-á em consideração as suas raízes teóricas historiográficas e culturais, por outro, colocar-se-á em evidência a importância de refletir, sistematizar e apontar caminhos para a sua mais eficaz implementação em termos práticos, nomeadamente com vista a uma maior consciencialização para os direitos humanos, por via da educação, da cultura e de uma cidadania mais ativa.

Objetivos

  • Potenciar, no âmbito das Ciências Humanas e Sociais, a análise crítica e a compreensão alargada da problemática dos direitos humanos no mundo contemporâneo, em contexto de globalização.
  • Sistematizar e aprofundar o conhecimento sobre direitos humanos nos dias de hoje, à luz de uma perspetiva histórica e cultural, no sentido de complexificar o seu significado e relevar o seu valor enquanto promotor de sociedades mais abertas, democráticas e fraternas.
  • Promover uma cultura pedagógica e informada sobre direitos humanos em contexto de globalização.
  • Sensibilizar, aprofundar e formar para os direitos humanos, potenciando uma aprendizagem dinâmica, participativa e alargada dos mesmos.
  • Fomentar a difusão de conhecimento sistematizado em direitos humanos, com especial recurso a ambientes digitais online de acesso livre.

Projetos e iniciativas

  • Dignipédia global: dicionário histórico-crítico para os direitos humanos – Obra de referência, elaborada a partir do levantamento e da sistematização dos principais termos e conceitos que caracterizam a área em questão. Adaptação da mesma para um público infantojuvenil. Disponibilização em formato de livro e em formato digital, em plataforma online de acesso aberto.
  • Uma história global ilustrada dos direitos humanos – Obra temática e de perspetiva histórica sobre os percursos de consciencialização para a dignidade humana e para o sentido de uma humanidade conjunta através dos tempos, com amplo recurso a textos emblemáticos, bem como evocando instituições, figuras, factos e fontes diversas, que testemunham a emergência da problemática, apostando também em fontes iconográficas.
  • Fundo histórico-documental online sobre direitos humanos em Portugal – Arquivo digital com antologia literária; fontes jornalísticas; acervo iconográfico.
  • Observatório da Intolerância em Portugal – Para a análise, reflexão e compreensão de estereótipos caracterizadores de culturas em negativo, com vista à promoção do diálogo e de uma cidadania ativa cada vez mais inclusiva.
  • Dinamização de eventos científicos, tais como seminários, conferências simpósios, bem como de ações de divulgação alargada sobre cidadania e direitos humanos, direcionado também ao público infantojuvenil.